Esquete Romeu, com Jhone Sccarpante (aos 14 anos) e Caren Ruaro, o Inicio. A esquete foi uma espécie de piloto-teste para a montagem de "Romeu e Julieta em Libras" que viria a seguir. Apresentação no Sesi-SJC, poucos sinais, mas muita emoção.
Francisco de Assis, em Aparecida, com mais de 1.500 surdos na Basilica Nacional, a esquete foi apresentada dentro de uma missa especial, ao fim da encenação, uma multidão de surdos balançavam as mãos (aplauso caracteristico dos surdos), centenas tinham os olhos marejados, muitos choravam, e foi aí que Alguem lá em cima, decidia que iriamos fazer teatro popular. A popularidade e o sentido de "em qualquer" lugar havia tomado espirito. Foi a estréia de Jhone Sccarpante, com direito a entrevista na Globo e tudo, e nossa entrevista em parceria só terminaria 8 anos depois e mais de 100 mil espectadores depois.
No ano de 2000, Valter Vanir Coelho havia se tornado um incansável professor de teatro, estava empenhado em dar aulas em muitos lugares para arrebanhar um bom salário no fim dos meses, continuava participando como um dos diretores da Troupe do Autor, na época coordenada pelo ator Edson Gory e integrada por uma multidão de atores, oriundos de vários cursos ministrado por seus diretores, preparavam o drama Inferno dos Anjos, versão atualizada de Gota D'Agua, de Chico Buarque, que por sua vez eh a atualizacao de Medeia, de Euripedes. Trabalhar com um elenco de mais de 20 pessoas, muito heterogéneo, e mergulhar na psique doentia de uma mulher traida, que mata os filhos para atingir o marido, e faz um pacto com as sombras, nao era exatamente o que Valter esperava para iniciar o novo século. Com a nítida predilecao a obscuridade, e aos temas do tormento humano Edson Gory com competencia seguia avido a frente da Troupe, jah Valter imaginava que A vida precisava de renovacoes.
Havia aparecido na trupe, um talentoso garoto, Jhone Sccarpante, vindo de Caraguatatuba, multitalentoso e interessado em todos os fundamentos dentro das artes, nele se encontrava um talento nato e óbvio de ator, misturado com uma inteligencia para a técnica teatral, aprendera a desenvolver cenários, desenhar luz, operar som e produzir com muita rapidez e destreza e claro, se tornado o braço direito de Valter, e isso permaneceria por quase 10 anos de teatro, uma parceria longa, forte, inquebrantavel... que renderia muitos frutos, muitos espetaculos, muitos prémios, e certezas de qualidade e sucesso. No fim daquele ano estrearia O Inferno dos Anjos, mas sem Valter e Jhone, que mesmo colaborando com o processo haviam se afastado da Troupe. Renascia depois de algum tempo parada a Cia Sem Mascaras, agora rebatizada de Cia de Teatro e Poesia Sem Mascaras, prometendo embalar o conteúdo de pesquisas e poesias, levezas e sorrisos, dando ao "belo" um altar teatral, ao "emocional" um esplendor e elegendo a plateia como o protagonista de nossos espetaculos. Como um milagre católico, desses descritos em bíblias grandes e ilustradas, uma assossiacao de Surdos havia convidado o diretor Valter para apresentar um trabalho de 10 minutos no Encontro Nacional de Surdos Católicos dentro da Basílica Nacional de Aparecida-SP, e será neste trabalho que a historia da Cia Sem Mascaras iniciara sua guinada.
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